(EF09ER06) Reconhecer a coexistência como uma atitude ética de respeito à vida e à dignidade humana.
A dignidade humana está diretamente relacionada ao respeito à vida, pois envolve condições que são necessárias para que todas as pessoas, independente de idade, etnia, religião, entre outros, tenham assegurados os seus direitos básicos, como educação, saúde, trabalho, moradia e lazer.
Nesse sentido, a dignidade humana abrange uma série de princípios e valores que têm por objetivo garantir que cada cidadão tenha os seus direitos, individuais e coletivos, respeitados pelo Estado e pela comunidade. Cabe ao Estado garantir, por meio do desenvolvimento de políticas públicas, o bem-estar de todos os cidadãos.
Vamos analisar algumas notícias e estudos que denunciam situações que violam os direitos humanos:
Vemos nesses dados casos extremos de sofrimento e violência, que ameaçam a vida e a dignidade humana. Esse tema não é atual, sempre foi pauta de discussão e preocupação da humanidade.
No hinduísmo, por exemplo, acredita-se que a dor e o sofrimento são inerentes ao ser humano:
"O corpo é dor porque é o lugar da dor; os sentidos, os objetos [dos sentidos] e as percepções são sofrimentos porque conduzem ao sofrimento; o próprio prazer é sofrimento porque é seguido de sofrimento". (ELIADE, Mircea. 2011, 50)
No entanto, a descoberta dessa dor universal não leva ao pessimismo. Nenhuma filosofia e nenhuma mensagem religiosa da Índia se aproximam do desespero. A revelação da "dor" como lei da existência pode, ao contrário, ser considerado a condição indispensável da libertação; esse sofrimento universal tem, portanto, intrinsecamente um valor positivo, estimulante. Lembra continuamente ao sábio e ao asceta que só dispõem de um meio para chegar à liberdade e à beatitude: retirar-se do mundo, desapegar-se dos bens e das ambições, isolar-se de todos. Por outro lado, o homem não é o único que sofre, a dor é uma necessidade cósmica. O simples existir no tempo, ter uma duração, implica dor. Ao contrário dos deuses e dos animais o homem tem a possibilidade de transcender a sua condição. A certeza de que existe um meio de alcançar a libertação - certeza comum a todas as filosofias e místicas indianas - não pode conduzir ao desespero e ao pessimismo. O sofrimento é na verdade univeral; mas desde que saibamos como proceder para dele nos libertarmos, não é definitivo. (ELIADE, Mircea. 2011, 50)
Sadhus (ascetas) no Nepal
Fonte:
ELIADE, Mircea. História das crenças e das ideias religiosas. vol II. Rio de Janeir: Zahar, 2011.
Silveira, Valeska Freman Bezerra de Freitas. Ensino Religioso : passado, presente e fé. 9. Curitiba : Piá, 2019.