Líderes religiosos e suas comunidades
Líderes religiosos e suas comunidades
(EF07ER03) Reconhecer os papéis atribuídos às lideranças de diferentes tradições religiosas.
Rabinos
Os rabinos surgem como lideranças a partir da destruição do Templo de Jerusalém pelos romanos em 70 a.C. O local era o centro da vida religiosa dos judeus. Após a destruição do templo, os rabinos se dedicaram ao estudo da Torá, adquirindo autoridade sobre sua interpretação, o que lhes permite aconselhar e auxiliar a comunidade na aplicação da lei judaica. No judaísmo ortodoxo, o cargo só é permitido aos homens, mas na vertente progressista, é possível encontrar rabinos mulheres.
Líderes no cristianismo
Durante a história, o cristianismo se dividiu em diferentes segmentos: catolicismo romano, ortodoxo, protestantismo e outros. Cada uma dessas denominações tem o próprio líder.
Na Igreja Católica Romana, existem vários líderes, que fazem parte de uma hierarquia. O papa está à frente da Igreja Católica; em seguida, em ordem decrescente vêm os cardeais, os arcebispos, os bispos e os padres. As mulheres participam como freiras.
A Igreja Ortodoxa, desde o rompimento com a Igreja Católica, em 1054, deixou de reconhecer o papa como líder supremo, não adotando nenhuma liderança comum. As igrejas ortodoxas são relativamente autônomas, organizadas geograficamente, e cada uma delas é dirigida por um líder religioso chamado de patriarca. Além do patriarca, o sacerdócio ortodoxo é composto de diáconos, padres, bispos, arcebispos e metropolistas.
Na Igreja Protestante, os líderes religiosos podem ser pastores, ministros, bispos, missionários, apóstolos, presbíteros, entre outros, dependendo da tradição da igreja. Durante os séculos, assim como na tradição católica, as mulheres não puderam exercer função ministerial. A partir do século XX, em algumas igrejas, por exemplo, na Luterana, as mulheres passaram a assumir posições de liderança religiosa, além de cargos administrativos, assumindo a responsabilidade pela condução das igrejas.
Líderes do Islamismo
Existem diversos títulos para os líderes, que variam de acordo com a função, o período histórico e o país. Em países cujos poderes religiosos e político estão associados, os títulos dos líderes são bem específicos.
Califa: quando o profeta Maomé faleceu, Abu Bakr, um de seus discípulos, tornou-se o khalifah, termo árabe para o "sucessor". O termo passou a designar o líder político e religioso de todo o Estado Árabe. Foi usado por 45 outros governantes até que, em 1258, uma invasão mongol pôs fim ao califado. O título continuou a existir.
Xeque ou Sheike: O termo árabe shaykh, que significa "ancião", pode ser usado por qualquer pessoa com alguma autoridade religiosa. Líderes de ordem, diretores de universidade, chefes de tribos e ulemás podem ser consideradps xeques. O respeito e a autoridade religiosa do cargo são grandes fatores de status em países muçulmanos.
Aiatolá: Conceito que surgiu no século XIX no Irã para designar os juristas islâmicos mais renomados - o mais alto grau dentro da hierarquia dos mulá. O termo vem do árabe ayat Allah (manifestação de Deus). Entre os xiitas, uma das correntes islâmicas, o aiatolá deve agir como fonte de referência para toda a comunidade e, para alguns, possui um poder equivalente ao imã.
Imã: Um dos conceitos mais polêmicos do islamismo: varia de acordo com as seitas, com a região e com a mesquita. Para muitos grupos, é o nome dado a quem está coordenando a oração. Entre os sunitas, é conferido aos califas e, em outro sentido, a teólogos e outras figuras notáveis. Entre os xiitas, o imã é um iluminado que deve guiar todo o mundo islâmico em assuntos religiosos e seculares.
Mulá o Ulemá: Os dois se referem a autoridade versadas no islamismo. São professores, teólogos e advogados conhecedores dos escritos sagrados. A diferença é que os mulá surgiram no Irã e são essencialmente xiitas, e os ulemá são sunitas.
Quem são os sunitas e os xiitas?
Quando Maomé faleceu, a comunidade muçulmana ficou dividida na decisão sobre o herdeiro do poder do líder.
Alguns acreditaram que deveria ser Ali, o marido da filha de Maomé. Esse deveria ser o primeiro califa. Quem acreditava nessa lógica, chamou-se xiita.
Já a maioria dos muçulmanos, acreditaram que, como não houve um herdeiro legítimo, a comunidade deveria eleger um líder. Esse grupo chama-se sunitas.
LÍDER DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS
O líder religioso do candomblé e da umbanda é chamado, na maioria das vezes, de pai de santo (babarolixá) ou mãe de santo (ialorixá). Eles cuidam das pessoas que participam das atividades do centro ou terreiro. Além disso, cabe a eles dar continuidade às tradições religiosas. Por serem considerados pela comunidade mais elevados espiritualmente e com mais conhecimentos, os pais e as mães de santo orientam e auxiliam os devotos na sua caminhada espiritual. Também são escolhidos através de oráculos.
LÍDERES DO BUDISMO
Os monges e as monjas são os líderes espirituais do budismo, e, abandonam todos os bens materiais para se dedicarem à vida religiosa. Os seus principais compromissos são estudar os textos sagrados, meditar e espalhar a mensagem de Buda.
A cabeça raspada é comum a monges e monjas de diversas linhas, como o budismo zen e o tibetano. Na Índia da época de Buda, o cabelo representava a casta a que uma pessoa pertencia, ou seja, sua hierarquia na socieddade. Assim, raspar o cabelo demonstra desapego e busca por igualdade. As vestes laranjas são mais comuns em monges da Tailândia, mas podem variar de acordo com a linha do budismo.
No budismo tibetano, ser "lama" significa ser guru, mestre ou professor respeitado. Dalai Lama é o chefe de Estado e líder espiritual do Tibete. O terrmo "dalai lama" significa "um professor cuja sabedoria é profunda como o oceano".
Podemos entender o processo de escolha e de conversão de um budista clicando aqui.